segunda-feira, 10 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ- AEE PS-


EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ- AEE PS-

                           Elizane Batista Alves Albuquerque[1]

Apresenta-se neste texto um breve resumo sobre a educação de pessoas com surdez.

O AEE PS na perspectiva inclusiva é um serviço complementar que oferece possibilidades de aprendizagem à pessoa com surdez. Segundo, Damázio e Ferreira (2010):

 “É importante frisar que a perspectiva inclusiva rompe fronteiras, territórios, quebra preconceitos e procura dar ao ser humano com surdez, amplas possibilidades sociais e educacionais”

A pessoa com surdez não deve ser considerada como um deficiente, pois é apenas uma pessoa com surdez, conforme relato de Damázio e Ferreira (2010 p. 47) diz:

 “Não vemos a pessoa com surdez como deficiente, pois ela não é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva”.

Sabe-se ainda que existe certa dicotomização entre pessoas com surdez e ouvintes, fazendo com que o potencial e a capacidade de aprendizagem da pessoa surda seja negligenciado, mas o AEE PS veio para mudar essa realidade, desenvolvendo seu trabalho em conjunto com o professor de sala de aula comum, para que o aluno surdo seja compreendido em suas dificuldades.

Diante disso vale lembrar que o ambiente escolar das pessoas com surdez deve ser estimulador, com profissionais qualificados e com práticas pedagógicas adequadas para facilitar a compreensão e o aprendizado do aluno com surdez. Pois de acordo com Damázio e Ferreira (2010 p. 50):

“O fracasso do processo educativo das pessoas com surdez é um problema da qualidade das práticas pedagógicas e não um problema somente focado nessa ou naquela língua”.

No Atendimento Educacional Especializado de PS, o professor de AEE reconhece e compreende o potencial e a capacidade do aluno surdo em desenvolver sua aprendizagem, fazendo com que o mesmo compreenda com mais facilidade os conteúdos escolares, como também contribui com a interação e a comunicação entre professor, colegas e o aluno com surdez e ainda respeita os princípios pedagógicos essenciais que dão acesso às duas línguas.

O professor de AEE trabalha com registros e diagnósticos do aluno com surdez, em seguida é feito o plano de AEE, onde segundo Damázio deverá ser envolvidos o três momentos didáticos pedagógicos:

  •          AEE em libras, o aluno surdo é atendido na SRM em horário oposto a sua escolarização, onde o professor de AEE irá trabalhar com ele conteúdos curriculares em libras que estão sendo utilizados na classe comum, em articulação com o professor regente, utilizando-se de meios e recursos didáticos que favoreçam a compreensão dos conteúdos pelo aluno com surdez.

  •           AEE de Libras é feito um diagnóstico no aluno também em horário oposto a sua escolarização, onde o atendimento é planejado conforme esse diagnóstico do conhecimento do aluno em relação a libras. Depois da avaliação inicial, o professor de Libras precisa pensar na organização didática que implica o uso de imagens e de todo tipo de referências. No atendimento os alunos surdos se interagem e vivenciam diálogos e trocas simbólicas. O professor de AEE avalia de forma sistemática a aprendizagem do aluno em libras e também o emprego de termos técnico-científicos de acordo com o ano em que se encontra.

  •          AEE para o ensino de Língua Portuguesa esse momento acontece também em SRM em horário oposto a sua escolarização, envolvendo a articulação do professor de AEE e da sala comum. No AEE em relação ao ensino da língua Portuguesa, pretende desenvolver a competência gramatical ou lingüística, bem como textual, nas pessoas surdas, para gerar seqüências lingüísticas bem formadas. A SRM neste aspecto deverá ser organizada com riqueza de materiais e recursos visuais (imagéticos), com amplo acervo textual em língua portuguesa e com dinamismo e criatividade na elaboração dos exercícios.

Portanto o AEE PS oferece métodos e recursos necessários de aprendizagem ao aluno com surdez de forma com que o mesmo consiga aprender conforme suas possibilidades.

  
Referencias:

DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010.



1. Professora na Sala de Recursos Multifuncional da Escola Municipal Estevão Castro - Licenciada em Pedagogia com Habilitação em docência nos anos iniciais do ensino fundamental e Supervisão Educacional pela Fundação Universidade do Tocantins – Unitins - Educon – Cursista do Curso de Especialização em Atendimento Educacional Especializado pela UFC.  Email: zane2412@hotmail.com

3 comentários:

  1. Oi Elizane suas considerações são bem parecidas com as opiniões que fiz referencias ao texto de DAMÁSIO sobre a importância do AEE na escola e suas interferências na aprendizagens do aluno com surdez a pratica pedagógica deve se reorganizar sempre para atender alunos com surdez.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Olá Elizane,

    O seu texto clarificou bem o contexto do AEE para a pessoa com surdez. Foi importante ressaltar a questão das práticas pedagógicas, a necessidade do repensar as práticas. Considerando que o apessoa com surdez são seres de consciência, pensamento e linguagem.

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